Professores refletem sobre deficiência de ensino nas escolas públicas

A noite gelada desta sexta-feira, 10, foi de reflexão entre os professores da rede municipal. Dezenas de docentes se reuniram no Teatro do Sesc para assistir o documentário “Carregadoras de sonhos.” O longa-metragem brasileiro trata do cotidiano do trabalho de quatro professoras que enfrentam diversos problemas para exercerem sua profissão no interior de Sergipe.

O documentário retrata problemas de ordem individual/pessoal que as professoras enfrentam para trabalhar, como a falta de transportes seguros, de alimentação adequada, de remuneração digna, carência de formações acadêmicas contínuas e ainda problemas de ordem social e educacional, como a situação precária de infraestrutura escolar e a falta de materiais didáticos, a negligência política. O Cine Debate reuniu cerca de 150 pessoas e faz parte da preparação para o IV Congresso dos Professores Municipais, a ser realizado no dia 23 de agosto, que deve aprofundar o assunto.

Abordadas de maneira paralela no filme, as dificuldades das professoras se mostraram próximas das encontradas pelas professoras da rede municipal da cidade. A atividade promovida pelo CMP Sindicato teve como facilitadores o professor Orlando Marcelino representando os trabalhadores da educação da rede estadual através do CPERS Sindicato, o coordenador geral do Sindicado dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Sintee/Norte RS) Gilmar José Voloski e o dirigente do CMP Sindicato Altair José Follador representando os professores municipais. Altair destacou que a real situação de deficiência de ensino nas escolas públicas deve ser um debate constante entre os professores da rede municipal.

“O professor precisa compreender sua real situação diante do presente cenário. A desvalorização da categoria se mostra em diversos momentos, como a negociação salarial deste ano, em que se não fosse a greve o percentual seria ainda menor. Ainda tem a questão das Promoções das professoras da Educação Infantil, aonde estas profissionais aguardam há mais de seis anos para ter seu direito garantido. E por isso estes espaços de discussão com a entidade que representa os trabalhadores é tão importante,” afirma o professor.

Orlando Marcelino destacou que os professores da rede estadual sofrem diariamente com a precarização da educação. Aponta a que os últimos anos foram de ataques aos professores da rede estadual e que durante o governo Sartori a situação se agravou depois do congelamento e parcelamento de salários.  Defendeu ainda que os docentes não deixem de discutir tanto a reforma do ensino médio quanto a Base Nacional Comum Curricular.

Gilmar José Voloski destacou que, apesar de diferentes dos problemas enfrentados pelas professoras do documentário, os educadores da rede particular também contam com diversos desafios diariamente. Entre eles foi apontada a falta da garantia da Hora-Atividade, que é o trabalho pedagógico realizado fora da sala de aula. Muitas vezes na rede particular o professor acaba tendo que desenvolver as atividades sem receber por isso ou sem ter estas horas calculadas no seu contratado de contratação, resultando em horas trabalhadas fora do estabelecido inicialmente.

FONTE: CMP Sindicato